Gestão - Alimentos & Negócios

segunda-feira, 1 de março de 2010

Linhas 'diet' e 'light' engordam lucros das empresas





Itens mais 'saudáveis' já representam 5% do mercado de alimentos, ou US$5,2 bilhões por ano

Seja por preocupação com a estética, questão de saúde ou qualidade de vida, os produtos naturais, integrais, diets e lights atraem um número cada vez maior de consumidores e já são responsáveis pela movimentação de US$5,2 bilhões por ano em negócios no país, cerca de 5% do mercado de alimentos, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos Dietéticos e Especiais (Abiad). Somente de 2001 a 2005, as vendas saltaram de US$2,2 bilhões para US$4,3 bilhões. Nos últimos dez anos, o setor testemunhou um crescimento de 800%.

Apostando alto no potencial do segmento, indústrias não param de lançar novidades isentas ou com teores reduzidos de açúcar e colesterol, supermercados e delicatessens ampliam cada vez mais o espaço nas prateleiras para abrigar produtos nessa linha e novos restaurantes se especializam em pratos saudáveis. A expectativa do setor é fechar 2007 com um incremento de 17% em relação ao ano passado, ultrapassando a marca dos US$6 bilhões.

"Temos ainda muito espaço para crescer", aposta o presidente da Abiad, Carlos Gouvêa. Ele salienta que o mercado de alimentos naturais, integrais, diet e light vem sendo impulsionado hoje pelo crescimento da conscientização da população sobre cuidados com a saúde - influenciado por um certo apelo da mídia à saudabilidade - e qualidade de vida. "O primeiro boom, ocorrido na década de 90, foi provocado pela preocupação com questões estéticas, pelo culto ao corpo. No início dos anos 2000, o segmento chegou a registrar um crescimento anual da ordem de 30%", lembra Gou
vêa.

O aumento da incidência da diabetes e da obesidade estão entre os principais motivos da população que consome produtos diet/light por preocupação com a saúde. Atualmente, 1,2 bilhão de pessoas estão acima do peso no mundo. Desse total, 22 milhões são crianças com idade abaixo de 5 anos e 300 milhões são obesas. "Um em cada dois brasileiros já fez regime em algum momento de sua vida, ou está preocupado com a melhoria da qualidade de vida", reforça o presidente da Abiad.

Segundo pesquisa da Abiad, 35% dos domicílios brasileiros consomem algum tipo de produto diet/light, sendo 61% deles por questões de saúde, 48% por controle de peso e 13% por hábito.
Em relação à freqüência, 47% consomem sempre, 23%, freqüentemente e 30%, ocasionalmente (ao menos duas vezes por mês). Entre os itens mais adquiridos estão sopas, refrigerantes, iogurtes, adoçantes, sorvetes, manteigas, sobremesas e sucos prontos. "Vale ressaltar que os consumidores que utilizam os produtos com maior assiduidade estão concentrados nas classes A e B. Não tanto pelo poder aquisitivo, mas pelo nível de esclarecimento", comenta Gouvêa.
Ele acrescenta ainda que a diferenciação de preços que prevalece em alguns produtos diet/light tende a diminuir. "Bons exemplos são os leites desnatados e refrigerantes diet, que já são encontrados com preços iguais aos dos produtos normais", cita.

O presidente da Abiad alerta para a diferença entre o termo "diet", que significa isento de determinado componente calórico - normalmente açúcar - e light, que quer dizer com teor reduzido (mínimo de 25%) de algum componente. "É fundamental sempre olhar o rótulo", aconselha.

Fonte: http://www.abir.org.br/article.php3?id_article=3068

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